domingo, 12 de junho de 2016

Vontade de potência

O que pensa não se revela
Embora viva em mim
Uma vez sonhei que pensava
Mas não era eu, afinal

Somos aliados, cúmplices
Somos inimigos
Não posso antecipar seus passos
Nem os meus

Se me trouxe até aqui, pra onde vai me levar?
Somos vontade
Somos potência
Falamos por nós

Não sei o propósito
Máquinas não têm propósito
Só obedecem leis
E funcionam ao sabor da energia
É energia, nada mais

sábado, 11 de junho de 2016

O Lorde

Sem dúvida o mais marcante deles, nunca teve uma noite de insônia. Carregava uma falácia que atravessaria tempos. Houveram os que aprenderam o verdadeiro significado da sua lição, outros só caíram, afinal. Era uma noite como hoje quando mesmo sem saber conheci o meu fim, ele veio na forma de palavras que não tardou para serem mal interpretadas. A princípio ele estava certo, mas o senhor da mecânica também está, e o preço sempre vem, de forma natural e inevitável. Porem, este fim não seria o fim, nem muito menos o começo, seria um grande espelho. Nenhum homem se olha no espelho duas vezes, e a distância entre o primeiro e o segundo homem é sempre desconhecida, e aqui não deve haver temor, apenas pensamentos. No fim encontra-se a lição primeira, muitas vezes ignorada, nunca concluída por ninguém. Ele trouxe a coragem e a percepção, para seguir o seu rastro, e também o meu, basta apenas ouvir as palavras. Estas são duas. 

domingo, 22 de maio de 2016

O capitão

Foi difícil para ele saber o ponto no qual já não havia retorno, estava completamente consumido, doutrinado, se assim preferem. Era jovem, não conheceu ângulos diversos. Costumava se questionar acerca de coisas sobre as quais nada se pode afirmar, e não se pode simplesmente por questões naturais, mas mesmo assim ele o fazia. Falava de muitas coisas, a preferida sempre foi a insignificância do que não dura o suficiente para ver sua própria significância. De seres improváveis vieram algumas verdades, outras vieram de encontros com o inesperado, e cada uma delas causava mudança, irreversível, como de fato são todas elas. Quando finalmente estavam expandidos os horizontes, quase não haviam pensamentos, já não eram suficientes, ele em si não era mais um, não conseguia ver quem era, pois quando o fazia já não o era mais, estava condenado. Era peculiar, uma combinação de eventos e nada mais. Eterno de uma forma estranha, como todas as coisas.